Por Jonas Martins
A performance “Próxima Estação” enfatiza a efemeridade e a falta de acabamento da produção, mais do que a obra de arte representada e acabada. O performer não apenas tem a função de ator desempenhando um papel, mas sucessivamente recitante, dançarino e, em razão da insistência sobre sua presença física, um autobiográfico cênico que possui uma relação direta com os objetos e com a situação de enunciação. A obra trabalha com as abstrações da personagem, seus problemas psicológicos, com conflitos de ordem “espiritual”. O que se pretende é a quebra da ilusão, retirar o público de uma posição de voyeur, para coloca-lo numa condição de parceiro participante da ação. A performance tem como principais críticas o abandono econômico-social das esquinas do Brasil e zonas periféricas das grandes capitais. Os textos de mobilização e contestação social possuem relação direta e indireta aos movimentos contestatórios de contracultura que surgiram no Brasil e deram origem ao tão conceituado manguebeat.
- Próxima estação – Semana de Letras Uniso - 26/10/2016