Na primeira palestra da Semana Jurídica da universidade, eu fui apresentada a essa obra do pintor surrealista Salvador Dali, que me despertou algumas reflexões que eu gostaria de compartilhar.
Observe a obra, qual a sua primeira impressão? Estranheza? Acha as formas desconexas? As figuras distantes da realidade? Olhe de novo, o que mais você vê?
E se eu te dissesse que o nome da pintura é “Aparição de rosto e fruteira numa praia”, vê a fruteira? O rosto? A praia?
Além disso, conseguiu ver o cachorro? E um deserto?
A obra de Dali aos poucos vai se revelando, nos mostra que nada é exatamente o que parece ser, parece ser uma alegoria de nossas opiniões e do conhecimento que carregamos, se olharmos com mais atenção, ou se estivermos diante de uma nova informação, veremos a obra de uma outra maneira, como quem vê com outros olhos.
Agora eu te pergunto, depois que você foi capaz de visualizar o cachorro você conseguiu olhar o quadro da mesma forma?
A resposta é não, certo?
Essa pintura representa muito bem nossas visões sobre o mundo, estamos em constante transformação, em constante construção, a cada nova informação, a cada conhecimento adquirido, a cada segundo a mais de experiência somos transformados em um novo ser, singular e diferente do que fomos ou do que seremos. Depois que eu consegui visualizar a forma do cachorro , vi a pintura com um outro olhar, o que me fez lembrar de uma frase do físico Albert Einstein, que retrata exatamente meu sentimento sobre esse momento: “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original”, pois nada, nesse instante, voltará a ser como antes.
E quanta beleza existe nisso, o conhecimento expande nossos horizontes, a profundidade e o olhar cauteloso são como talhas lapidando um diamante bruto. É importante que a gente não feche os olhos para o mundo, nem tape nossos ouvidos diante de novos sons ou experiências que possam nos agregar algo de valioso, pois construímos nossa visão de mundo segundo por segundo, experiência por experiência, e adaptar ou mudar o modo como vemos as coisas não é se perder e, sim, se encontrar; a mente deve ser um universo em expansão.
De certo, quanto mais conhecemos, menos sabemos sobre os mistérios que nos cercam, mas, que bela é essa palavra “conhecimento”, que dádiva é enxergar além!
Opiniões pré-moldadas, conceitos incorruptíveis, não nos levam a lugar algum; a adição, a pronfundidade, as experiências nos levam adiante. Acredito que por isso sempre gostei de ouvir o Maluco Beleza cantando sobre as metamorfoses de sua vida.
Quanto à obra, ela ainda tem muito a revelar, tem muito pra ser visto, lido, revisto , interpretado. É necessário amplia-la, olhar com cautela e atenção, observar de outro ângulo, e de outro, pensar no que o autor quis dizer com a obra, refletir sobre os sentimentos que ela nos causa e por fim, aplicar essa forma de enxergar além também a nós mesmos, as nossas crenças, nossas opiniões e tudo mais que nos cerca. Pense, repense, conhecimento é arte.
- Post da aluna: Conhecimento é arte - 14/11/2016