Já era primavera e ela ainda não havia se dado conta. A vida passara tão apática nesses últimos tempos que esquecera de sonhar, esquecera a poesia que existe em cada estranheza da vida.
Para ela, tudo era cinza. Azul, verde, rosa? Não existiam. O que existia e persistia em existir era a dor que ela sentia, dor tamanha que dilacerava sua alma e escorria pelos seus olhos. Dor imensa, que lhe doía o coração e as entranhas.
Já era primavera… ela então aquarelou seus dias nublados e lapidou suas dores latentes, transformando-as em um belo diamante que reflete a luz do Sol com as cores do arco-íris.
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