Nota: Este post não é acadêmico e, por isso, traz uma linguagem informal e conteúdo de opinião própria.
Indiferentemente de você ser ou não cinéfilo, a maior premiação cinematográfica que você respeita está aí, pronta para premiar atores, atrizes, roteiristas, diretores, compositores e outros. Neste domingo, 26 de fevereiro, ocorrerá, no Dolby Theatre, em Los Angeles, Califórnia, a 89ª entrega das estatuetas tão sonhadas do ramo.
Vejamos, então, as quatro principais categorias e minhas apostas:
Melhor Atriz:
Neste quesito, estamos repletos de grandes personalidades que interpretaram outras de forma esplêndida. Mesmo com o grande barulho que o público fez com a falta de Amy Adams por seu trabalho magnífico em A Chegada, a categoria está bem representada. Temos nela Natalie Portman interpretando Jacqueline Kennedy, ex-mulher do assassinado presente John F. Kennedy. Depois de ganhar a estatueta nesta mesma categoria em Cine Negro, Natalie fez pontas em alguns filmes (Thor e sua sequência), sem expor seu talento a tanto. Até agora. Sua volta nas telonas é triunfal, digna da indicação, mas não da premiação. Temos a “mentirosa que diz perder a virgindade com um estudante da universidade” (A Mentira), Emma Stone. Em La La Land, Stone quebra tudo com uma personagem que nos cativa desde o inicio até o fim, mesmo com sua voz rouca e não tão potente, vista no solo “The Fools Who Dream”, cantado em sua audição, no final da película. Em Elle, Isabelle Huppert interpreta uma senhora no poder de sua vida e trabalho, que intimida muitos, mas não um estuprador, que invade sua casa e a violenta. É muito interessante ver como a pequena porção humanizada que ela obtinha se perdera ao ato criminoso. A deusa-musa-maravilhosa-rainha da coisa toda Meryl Streep bateu seu próprio recorde com mais uma nomeação. Ela, “uma atriz superestimada”, de acordo com o nosso Presidente-Laranja, detém de 20 intocáveis e inalcançáveis nomeações, sendo a última por “Florence: Quem é essa mulher?”. Ruth Negga fecha a categoria com Loving, romance de um casal inter-racial que, pela sociedade racista, acaba na Suprema Corte.
Minha aposta: Por amor e lealdade, gostaria que titia Meryl ganhasse, mas acredito e muito que Emma Stone leve essa para casa.
Melhor Ator:
Vamos lá. Cassey Affleck, irmão do Ben Affleck, aquele que não convenceu como Batman, concorre por Manchester Sea. Resumindo, titio Cassey não quer cuidar do sobrinho porque não tem colhões para isso. Mas, a vida é uma caixa de surpresas, não é? Assim como sua atuação, que rendeu ganhos em outras premiações. Denzel Washington concorre por Um Limite entre Nós. É um pai louco, que ama o filho, de uma forma abusiva e odiosa e que não o permite viver a própria vida. É um doidão que nos faz passar raiva mesmo que o entendamos. E, se o ator consegue nos passar raiva, ele atingiu seu propósito. Bravo! La La Land traz Ryan Gosling em uma personagem fofa e carismática mesmo que cheio de traumas e neuras. Porém, Ryan, para mim, é só mais um rosto bonitinho. O Espetacular Homem-Aranha abandona suas teias e socos para ir ao exército e não usar uma arma. Oi? Isso mesmo. Andrew Garfield representa a categoria com o filme Até o Último Homem. Senti uma certa vergonha alheia ao ver o filme, pois um menino faz papel de um homem, o que não convence. Por fim, temos o Aragorn em Capitão Fantástico. Viggo Mortesen deixa de ser um pai uó e começa a descobrir o que é ser pai no mundo moderno. Quem mandou viver na Idade Média?
Minha aposta: Cassey Affleck.
Melhor Diretor:
Temos o Damien Chazelle, que faz um plano sequência introdutório de 10 minutos em La La Land, cuja direção é impecável, Berry Jenkins, que dirige Moonlight, que aborda homossexualidade e questões étnicas. A direção é boa, mas passiva de umas sonecas. Confesso que dormi algumas vezes ao ver o filme. Kenneth Lonergan comanda a direção instável, mas que dá muito certo, de Manchester à Beira-Mar. Denis Villeneuve arrasa em A Chegada, fazendo desse um filme excepcional. Agora vem a polêmica. Mel Gibson é indicado por Até o Último Homem. Não deveria haver tal indicação, já que o filme trata-se de guerra, tiros, ou a falta deles e muita violência, o que o rosto de muitas mulheres já conhecem pelas mãos e pés de Mel – que de doce nada tem.
Minha aposta: Damien Chazelle.
Antes de adentrar à categoria principal, de melhor filme, chore com essas citações:
Cidade das estrelas, você está brilhando apenas para mim? (La La Land)
Isso é uma introdução digna. (A Chegada)
Algumas pessoas constroem cercas para manter outras pessoas fora. Outras, para mantê-las dentro. (Um Limite entre Nós)
Em algum momento, você precisará definir para si quem você será. (Moonlight: Sob a Luz do Luar)
Eu não posso ser o tutor dele. (Manchester à Beira-Mar)
Eu fui pobre toda minha vida, como uma doença que passa de geração para geração. Mas não os meus filhos. Não mais. (A Qualquer Custo)
Eu não sei como conseguirei viver comigo mesmo se eu não me mantiver fiel ao que acredito. (Até o Último Homem)
Todas as noites eu me imagino andando as ruas de casa, como se soubesse o caminho todo, e sussurro nos ouvidos dela: Estou aqui. (Lion: Uma Jornada para Casa)
Aqui, na NASA, todo nós mijamos a mesma cor. (Estrelas Além do Tempo)
Fortes, não?
Melhor Filme:
Temos La La Land, Moonlight, Manchester à Beira-Mar, A Qualquer Custo – filme muito bom e bem dirigido por David Mackenzie, trocaria fácil pelo Mel Azedo -, Até o Último Homem, A Chegada, Lion – o coitado do menino que perde a família, é adotado por outra e sai, quando adulto, em busca de suas origens. Sinceramente, não me importaria de ser adotado por Nicole Kidman, mas cada um é um. Temos Um Limite entre Nós, do pai obsessivo pelo filho e Estrelas Além do Tempo, filme bárbaro e muito emocionante que mostra, como em muitos, o tratamento dos negros na sociedade e, diferente de muitos, o tratamento deles na NASA.
Minha aposta: La La Land, pois é um filme de gênero morto nos dias de hoje – musical – que agrada a comissão da academia. E, vamos combinar, sabemos que as escolhas não são puramente pelo trabalho. Cada ganhador tem muito a agradecer pelo gosto daqueles que o escolheram.
Para finalizar, esse é o Oscar com maior indicação de personalidades negras. Será que todo aquele cinismo no Oscar passado funcionou? Indiferentemente disso, VIOLA DAVIS, nossa mentora de assassinatos em How to Get Away with Murder ganhará, “com cerveja”, a estatueta de Coadjuvante por Um Limite entre Nós.
E aí, povo? Quais são suas apostas?
Acho até que poderíamos apostar com os professores valendo nota, com a seguinte regra: quem acertar mais, tira 10. Que não, tira 10.
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