Empoderamento, feminismo, conscientização. Cada vez mais estas palavras fazem parte do vocabulário da sociedade contemporânea.
Mas quais são os ecos deste debate nesta sociedade? Uma boa métrica para avaliar é a representação da mulher na propaganda veiculada pelos meios de comunicação.
Tradicionalmente representada de maneira estigmatizada em propagandas de vários segmentos, de produtos de limpeza a cervejas. Abaixo, um exemplo claro de objetificação da mulher em uma peça publicitária:
E olha que a publicidade já evoluiu muito neste sentido. Imagina um anúncio destes hoje em dia? Era assim no passado!
Entretanto, mesmo em terrenos historicamente machistas, como o da cerveja, as mulheres começam – ainda que timidamente – a ser retradadas de outra forma. A Bohemia, por exemplo, encontrou uma maneira de falar sutilmente sobre o assunto. Veja:
Outra grande surpresa na mídia em 2017 foi a vinheta de carnaval da Rede Globo, que trazia, ano após ano, a garota Globeleza com quantidade cada vez menor de peça de roupas. A campanha deste ano, indo na contramão desta tendência, motivou elogios de grupos feministas e pessoas engajadas neste debate, por deixar o apelo de lado e valorizar as cores de nosso país tropical.
Dizer que as marcas começam a deixar de lado certos estereótipos por conta própria pode ser uma grande ingenuidade. Não, isso vem do público que, com a democratização da internet e das redes sociais, começou a manifestar sobre o que quer e o que não quer ver na publicidade que consome. Uma evidência disso é a reportagem da Folha de São Paulo, que traz o seguinte título: Propagandas sexistas perdem espaço após repercussão negativa.
Em outras palavras, se a consumidora não quer mais este tipo de estigma, a marca tem que se virar para mudar, ou fatalmente começará a sofrer com manchas em sua reputação.
O mundo mudou
Para a sociedade, empresas, o público consumidor e os profissionais de comunicação social fica a grande dica de que é preciso ficar atento aos sinais das transformações pelas quais o mundo tem passado.
Até hoje, no que diz respeito à mulher, o que a publicidade vendeu não foi produto, mas sim machismo, a perpetuação de estigmas que não contribuem para a equivalência de direitos entre homens e mulheres. Mas o público já percebeu isso e quer mudanças. Empresas que entenderam isso começaram a tentar outros caminhos e perceberam que é possível fazer com que sua marca seja conhecida sem utilizar de preconceito, sexismo e misoginia.
Se algumas empresas mostraram que é possível, porque não tentar fazer com que isso seja regra e não exceção?
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