Ouve-se muito falar em La La Land (2016), filme musical vivido por Emma Stone e Ryan Glosling e dirigido por Damien Chazelle, também diretor do premiado e, sim, perfeito, Whiplash (2014), e de seus grandes feitos na indústria cinematográfica. Mas, será que tamanha preferência aos maiores prêmios e exagerada popularidade vêm apenas de um roteiro bem escrito, boa direção, ótimas atuações, amor por Hollywood e pelo Jazz?
Estes elementos trabalham juntos e criam uma película interessante de ser assistida e fácil de ser compreendida. Talvez seja por isso que sua popularidade, até entre os mais jovens, esteja tão alta. Porém, diferente da maioria, a obra alcança, conquista, abraça, beija, casa e copula com o mais difícil dos públicos: os fanáticos pela semiótica.
Para os meros mortais, o filme encanta pelas músicas adoráveis e cheias de ritmo, que fazem com que pensemos nelas até mesmo depois dos créditos finais. Além, claro, de uma história fácil de ser entendida, com um romance prático e rápido de se apaixonar que encanta a todos que não conseguem, seja por falta de prática ou de conhecimento, enxergar além. Pronto, essa composição simples de ser ouvida envolve três quartos da população. Mas, o que realmente faz com que o todo fique, também, apaixonado? Simples. O Além.
Este além não é a história que foi feita em Hollywood, para Hollywood e nem a morte prematura e injusta do Jazz, que se junta com a mesma morte prematura e injusta dos filmes musicais. Além é a forte Semiótica usada durante o filme, do começo ao fim, que estrutura ainda mais a obra. Semiótica na música, nas cores – vestidos amarelos no verão, azuis no inverno -, nos movimentos, nas danças. Enxerga-se, claramente, outras funções da linguística, como a metalinguagem – atriz (Emma Stone) interpretando uma atriz – antítese – o velho (vestimenta, acessórios) e o novo (celulares, carros) – metáfora – término de relacionamento no outono, estação que as folhas caem, – sons diegéticos e extradiegéticos e muitas referências a grandes sucessos musicais como “Dançando na Chuva” e sucesso estudado no curso de Letras, aulas de Semiótica no Cinema, com o professor Gil, “O Balão Vermelho”.
La La Land mostra que não fora feito apenas para arrecadar milhões, mas para agradar a todos os olhos e servir de estudo em sala a muitos alunos e estudiosos da Semiótica.
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